Hoje é um dos dias em que dou comigo a pensar na minha vida e em tudo o que se tem passado nela. Comprei um livro esta tarde, o Diário da tua Ausência, e talvez isso me tenha inspirado a escrever também aqui. Em dias de pôr-do-sol tardio e rosado, como os de hoje, consigo até inconscientemente rever coisas pelas quais passei em forma de slide. Como se eu fosse personagem de um filme. Costumo lembrar-me do quanto te amava. E consequentemente da forma como fizeste o meu amor por ti esgotar-se, como um balão que se enche e vai enchendo, quando sabemos que ele vai rebentar, mas continuamos a soprar.. porquê? Porque no fundo guardamos em nós sempre uma profunda esperança de que ele nunca rebente, e possa tornar-se do tamanho do mundo. Isto é o nosso inconsciente a sonhar. Na realidade sabemos que ele vai ter de rebentar.. consoante a força com que sopramos. Acho que o meu amor era tão grande e de há tanto tempo que esse balão colorido que eu trazia em mim, sempre cheio.. rebentou. E quando rebentam, não há mais nada que possamos fazer. Só restaram aqueles rasgos da sua matéria, que no meu caso, era o meu amor. Não vou dizer que te odeio, ou que me és indiferente como uma qualquer pessoa que encontro na rua uma ou duas vezes durante a minha vida. Custa-me dizer que já não te amo, porque desde que me lembre que disse que o meu amor por ti seria eterno. Mas conforta-me, ou não, poder ainda dizer que te adoro. Inquieta-me a consciência que tenho de estares sempre presente nos meus pensamentos, mas.. contra isso eu nada posso fazer, eu não os domino. Lembro-me de tantas coisas, que no fundo foram tão poucas.. mas, cada segundo que eu pudesse passar contigo era como se eu fosse receber todas as fortunas e tesouros que existissem no mundo. Esses momentos eram preciosos para mim. Lembro-me naquela altura quando recebia mensagens tuas. De como de seguida me sentia como uma bailarina, em que eu conseguia, sem esforço tocar com a ponta do meu pé nas estrelas. Nesses momentos eu poderia ter chegado á janela do mundo e gritado para todos que te amava mais que tudo. Porque não o fiz? Não sei. Sei que a esta altura eu devo estar na lista das últimas pessoas de que te lembras de mês a mês. Mas isso é algo que já não me assusta. Ás vezes sinto a tua falta, isto para não dizer o sempre. Contudo, nas últimas duas semanas vi-te três vezes, e tão depressa como se eu passasse por ti de foguetão. Não tenho grandes dúvidas de que as palavras que ambos trocaremos no futuro não passem de monossílabos, e sim, isso assusta-me. Acima de tudo e como sempre te disse, eu sou tua amiga, e sempre o serei. Sei que por vezes, quando passo por ti, posso até ignorar-te, talvez até parecer fria e distante. Mas no fundo não é nada disso que sinto. Acho que é um escudo que criei para me defender de ti e de tudo o que me fazes lembrar. Esse tudo com sabor a nada.
O meu maior medo, é realmente não voltar a apaixonar-me como quando foi contigo. Mas (bolas), existem mais rapazes com ar de príncipe á face da Terra, não existem? Então porque é que eu só te vejo a ti? Sei que mais tarde ou mais cedo vais desaparecer dos meus pensamentos. Como uma gaivota que quando não encontra mais alimento se afasta. E é esse alimento que eu não posso continuar a dar-te. Tanto me destes os momentos mais felizes da minha vida, como os mais tristes (ambos inconscientemente). Logo, tanto podias ser quem mais amo, como quem mais odeio. Mas continuas a desiludir-me, pelo que dizes e o que não dizes, pelo que fazes e pelo que deixas de fazer, a mim, ou aos outros. Acho-te maravilhoso, sabes? Embora saiba e sinta que não o sejas para mim, mas sei que o és. Diz-se tanto que se aprende com os erros, mas continuas sempre nesse caminho, e não estou a falar de mim agora. Tenho pena das pessoas que magoas pelo caminho, parece-te sempre tão fácil, talvez porque tu queres e no segundo seguinte estão lá. Talvez um dia passes pelo que eu passei, não que eu te deseje isso. Estou prestes a mandar este imenso (presumo eu) post para salvar como rascunho, mas como hoje estou tão embrenhada em tudo isto e principalmente na escrita.. acho que vou publicar. Sei que mais de metade das pessoas que passam por este blog não vão ler sequer uma linha por ser tão extenso. Mas isso não me importa minimamente. Há momentos da vida em que devemos soltar aquilo que está preso em nós. E se eu sinto que este é o momento...
Talvez um dia, eu volte a olhar para ti e me deixes perder-me nesses olhos cor de infinito, que eu amo. Mas sabes, acho que não quero ficar enfeitiçada de novo. Pergunto-me, de que me serviram as asas, se não pude voar ?